Será verdade que o céu nos cai mesmo em cima da cabeça, como temia o chefe da aldeia de Astérix? Não. Ao contrário: os raios que vimos partem do solo.
A base de um cumulo-nimbus, a nuvem onde nascem os relâmpagos, está carregada de electricidade negativa em 90% da sua superfície. O nosso solo é positivo.
Quando a nuvem se aproxima, escapam-se dela em direcção à terra descargas invisíveis chamadas «tracejantes descendentes», negativos. Então, das árvores, dos telhados e de outros objectos sobrelevados libertam-se pequenos «tracejantes ascendentes», também invisíveis, mas positivos. Quando um descendente atinge um ascendente, cria-se uma ponte condutora, uma espécie de auto-estrada para descarga eléctrica, impelindo as cargas do solo de encontro à nuvem. Um movimento que vai, portanto, de baixo para cima!
Christian Bouquegneau, autor de Doit-on craindre la foudre?(Devemos temer os relâmpagos?)(EDP Sciences, colecção «Bulles de Sciences», Junho 2006, explica: «Em três ou quatro etapas sucessivas (que nos parece uma só cintilação) as cargas eléctricas positivas saídas do solo, deslocam-se pelo canal criado pelas tracejantes e neutralizam progressivamente a carga da nuvem.»
É o «arco de retrocesso» ou o relâmpago propriamente dito, uma corrente intensa que p ode atingir centenas de milhar de amperes. Muitos relâmpagos formam-se mesmo no interior da nuvem (ou entre duas nuvens vizinhas). Mas o raio que tememos, esse tem mesmo a cabeça nas nuvens e os pés na terra!
Esse assunto foi sobre a aula de Aprender e Ensinar Ciências do dia 29/09/2010, sobre crenças populares.
Fonte retirada:http://www.seleccoes.pt/12_cren%C3%A7as_populares_face_%C3%A0_ci%C3%AAncia
Nenhum comentário:
Postar um comentário